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Anna Costa St

Licenciada, mãe de um menino, formação em Fashion Industry/Consultoria de Imagem, aqui deixarei sugestões de Moda e falarei de outros temas que estão presentes nos nossos dias. Lifestyle, Clean the Closet entre outros...

Anna Costa St

Licenciada, mãe de um menino, formação em Fashion Industry/Consultoria de Imagem, aqui deixarei sugestões de Moda e falarei de outros temas que estão presentes nos nossos dias. Lifestyle, Clean the Closet entre outros...

28.08.19

BurnouT


Ana Costa Ana Costa

A doença silenciosa que nos consome.

Não apresenta sinais exteriores aparentes, mas por dentro conduz-nos ao precipício.

Pouco se fala, talvez porque a recuperação passa por acompanhamento Psiquiátrico, e infelizmente nos dias de hoje ainda são vistas com maus olhos as pessoas que recorrem a estes profissionais.

Os sintomas aparecem silenciosamente, o desgaste apodera-se de nós de tal forma que acabamos por atribuir sempre a cansaço sem causa. Mas há um dia em que se torna insuportável.

No Meu caso, foi a irritabilidade, o distúrbio do sono e a dormência dos membros superiores que me deram os maiores sinais de alerta. O meu filho de 9 anos já me dizia que eu não falava só berrava. Dormir era ver as horas passarem por mim e eu a dar voltas na cama, mas o deixar de ter sensibilidade nos braços, foi o que me levou a pedir ajuda.

17 de Dezembro de 2018

Estive quase uma hora a chorar sentada em frente à médica da USF sem explicação. As palavras custavam a sair, chorava como um bébé. Mesmo com poucas palavras a médica não teve dúvidas, era obrigatório parar pelo tempo que fosse necessário. Com uma profissão de responsabilidade, o meu maior receio era o de cair no erro, e assim colocar em risco a vida dos que trabalham comigo e consequentemente os passageiros que transportamos diáriamente. Não há que ter receio de admitir, é difícil, mas faz parte reconhecer quando precisamos de ajuda.

Saí do consultório com uma receita de ansiólipticos e antidepressivos, de tal forma fortes, que durante os primeiros meses, até que o meu organismo se habituasse, quase tudo o que me era dito, não era entendido, verdadeiramente de "corpo presente, mas de alma ausente".

Cada pequeno trajecto por pequeno que fosse, tinha de ser de GPS, ou corria o risco de nunca ir onde realmente queria.

Por iniciativa, procurei uma Psiquiatra que me acompanha desde Dezembro até hoje, semanalmente. Com ela consegui exteriorizar quase tudo o que me levou a este lugar. Falar com uma pessoa que não nos conhece e que nunca nos vai julgar da mesma forma, que quem nos conhece eventualmente o possa fazer, faz toda a diferença. 

Curioso é que este não foi o primeiro episódio de distúrbio de sono que sofri, mas da vez anterior, o médico achou que 3 dias em casa de baixa médica a tomar um indutor de sono era suficiente, mas não, em pouco menos de 4 meses, a escalada foi outra.

O relatório da Psiquiatra foi inquestionável, Depresssão Ansiosa Grave/Burnout.

E assim tem sido esta caminhada nos últimos meses. Sem trabalhar, de baixa médica desde a altura, já conto com 3 juntas médicas na SS em que 3 pares de médicas acham que estou capaz de desempenhar as minhas funções profissionais recorrendo à ajuda dos colegas, mesmo com a apresentação de atestados dos médicos que me acompanham comprovarem precisamente o contrário.

Há dias melhores e dias menos bons, mas com a ajuda dos Amigos e Suporte Familiar lá temos "indo".

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