O corpo em que vivo
Ana Costa Ana Costa
No momento em que muito se fala do corpo e da sua aceitação, remete-me para os momentos em que era criança.
Sempre fui uma criança pequenina, magrinha, e isso valeu-me de ser muitas vezes apontada pelos outros, no caso as outras. Miúdas cruéis que ora implicavam comigo porque era pequenina, ou porque era magrinha, ou porque era "loirinha" ou tinha olhos azuis, enfim, foram muitas as vezes em que eram verdadeiramente malvadas. Nunca disse a ninguém que chegaram mesmo a bater-me.
Os anos passaram e eu nunca me esqueci, talvez agora que conto estes fantasmas desapareçam.
Entretanto fui crescendo e fui tendo sempre uma vida muito ligada ao desporto. Comecei aos 6 anos no ballet, a minha mãe bem tentou, mas o meu jeito era pouco ou nenhum lol, depois fiz ginástica, natação, ginástica desportiva e a modalidade que realmente me prendeu, ginástica ritmíca, esta sim dos 12 aos 24 anos, tendo também dado aulas. Depois disso tentei frequentar ginásios com várias modalidades desportivas, mas por ser demasiado competitiva, os ginásios comuns com máquinas e uma série de homens a levantar pesos e a fazer barulhos estranhos lol nunca me cativaram e acabei sempre por desistir.
Mais tarde experimentei aulas outdoor com um PT e por iniciativa própria comecei a correr. E porquê?
Porque a determinado momento deixei de gostar do meu corpo, deixei de gostar do reflexo no espelho, deixei mesmo de me sentir Eu.
Durante os anos, ganhei e perdi peso várias vezes, ora porque recorria a ajuda de tratamentos e médicos nutricionistas, ou porque fechava a boca, mas com a idade a passar, o que antes facilmente perdia por deixar de comer disparates 1 ou 2 dias, agora já não era assim.
Pelo caminho fui Mãe, e antes de engravidar até que estava bastante satisfeita com o meu peso e corpo, mas o corpo altera durante a gravidez e foram ganhos 10Kg, que facilmente desapareceram depois do parto, mas o corpo nunca mais foi o mesmo.
Dois anos depois do parto e por não me sentir bem com o que via, resolvi fazer uma lipoaspiração, pois não me sentia confortável de bikini na praia, nem com a roupa do dia-a-dia.
E fiz.
Na altura fui a Famalicão, fazer com o médico do momento, onde toda a gente queria ir.
Correu bem, fiz a recuperação já em Lisboa, 10 sessões de drenagem linfática, mas a minha pele não reagiu como desejava e acabou por criar aderências e fibroses, ficando com imperfeições visivéis que nunca me deixaram confortavél.
O tempo passou e acho que mal ou bem acabei por aprender a viver com essas imperfeições, mas sempre desconfortável, sim bastante desconfortável.
Procurei opinião médica e acabei por chegar ao Dr.Tiago Baptista Fernandes ainda na Clínica de Todos Os Santos em Lisboa. As técnicas na altura não eram as mesmas dos dias de hoje, e realmente não havia muita coisa a fazer em relação à minha barriga, porque não tinha pele suficiente para uma abdominoplastia ou porque a solução não me dava grande esperança de que as imperfeições desaparecessem. Mas, mesmo assim, acabou por me perguntar que outra parte do meu corpo eu gostava de ver corrigida, e vai daí acabamos por falar no peito(mamas). Sim, o meu peito/mamas depois da gravidez e de ter tido muito leite(cheguei a um tamanho 38) embora sem qualidade, ficou vazio, e no dia-a-dia com soutien e vestida até passava, mas na praia...pareciam 2 autênticas bolachas marias amassadas pelo bikini lol
E vai daí e depois de muito pensar e amealhar para pagar a cirurgia acabei por fazer uma mamoplastia de aumento. Nada em excesso, até porque não é assim que o Dr.Tiago trabalha, é sempre tudo muito adequado à nossa estrutura corporal e de forma a que tenha um aspecto o mais natural possivel, no meu caso pelo menos ;)
continua...